A cada ano 150 mil brasileiros sofrem intoxicações agudas devido aos pesticidas usados na agricultura. 70% dos casos são registrados nos trabalhadores rurais. Em grande parte das vezes a intoxicação acaba em morte, sendo uma das principais conseqüências o câncer. O dado foi apresentado pelo palestrante Jorge Luis Sayde de Azevedo, representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que falou ao público na manhã de ontem (28/04) no I°Congresso Internacional de Saúde Ambiental, que encerra hoje em Porto Alegre. Diversos alimentos apresentam graves problemas de contaminação. Azevedo revela que um em cada quatro tomates apresenta um grau contaminação acima do considerado seguro para a alimentação. O mesmo ocorre com uma em cada cinco batatas. A mais perigosa cultura é a do morango, que apresenta 50% de contaminação irregular. Segundo o palestrante, o país aplica 250 mil toneladas de agrotóxicos por ano em seu território, o que representa um sétimo do consumo mundial. Mais de 20,2 bilhões de dólares são movimentados a cada ano no mercado mundial desse tipo de produto, fazendo com que os interesses comerciais sejam um forte obstáculo às iniciativas que se propõe a minimizar o uso desses tóxicos nas plantações. Azevedo explicou que as principais ações da ANVISA nessa questão são tentativas de implantar leis e decretos para controle dos agrotóxicos, estabelecendo limites máximos no uso desses produtos e exigindo testes de qualidade e de potencial tóxico. De acordo com ele, o Brasil é um dos únicos países do mundo onde existe uma lei que regulamenta o uso dos agrotóxicos. — Estamos amparados legalmente para evitar a contaminação na população.