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2004-04-22
Foi divulgada esta semana a primeira pesquisa sobre a atitude dos consumidores na China continental com relação aos alimentos transgênicos. O levantamento demonstra que a maioria dos chineses (87%) exige o direito de ser informado se os alimentos contêm ou não organismos geneticamente modificados (OGMs). O estudo revelou ainda que 40% dos consumidores preferem comida não transgênica e que apenas 24% optariam pelos transgênicos. A pesquisa, encomendada pelo Greenpeace, foi realizada pelo Research International em fevereiro deste ano, por telefone, com 600 pessoas de Pequim, Xangai e Guangzhou. Dada a forte demanda pelo direito à informação sobre os produtos presentes nos alimentos, 70% dos participantes afirmaram que perderiam a confiança em uma marca se fosse descoberto que seus produtos contêm ingredientes geneticamente modificados, e essa informação não estivesse exibida no rótulo. Por sua vez, 40% das pessoas que responderam à pesquisa disseram que teriam mais confiança em marcas que se comprometessem com uma política de não transgênicos. — O debate global sobre alimentos transgênicos cresceu, já que a Europa introduziu uma legislação mais rígida sobre a rotulagem de transgênicos, garantindo a rastreabilidade, disse Xu Lijun, da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace na China. Xu Lijun no momento está no Brasil, participando de atividades de consumidores no Rio Grande do Sul. — Os consumidores estão enviando um claro sinal para a indústria alimentícia de que exigem o direito de escolher. As companhias arriscam perder um mercado significativo, além da confiança das pessoas, se apostam nos transgênicos. A China é o centro de origem e diversidade da soja, com mais de seis mil variedades da espécie, correspondente a 90% do total existente no mundo. O país, que proíbe o plantio comercial da soja geneticamente modificada, importou 20,7 milhões de toneladas do grão em 2003. Especialistas chineses estimam que mais de 70% da soja importada pelo país é transgênica, já que a maior parte vem dos EUA, Argentina e Brasil. As importações de soja transgênica em larga escala correspondem a uma ameaça para a biodiversidade da espécie, pois pode acarretar a contaminação genética das variedades tradicionais. A China está importando mais soja para atender à demanda crescente de carne e óleo, e os consumidores de seus centros urbanos estão reforçando suas exigências pelo direito a um alimento saudável. No ano passado, uma mãe de Xangai, Zhu Yanling, processou judicialmente a gigante Nestlé por não rotular um produto transgênico que ela comprava para seu filho de dois anos de idade. A pesquisa do Research International também apontou que 55% dos participantes não compraria alimentos com OGMs para seus filhos.(Diário Carioca)

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