OGMs NORTE AMERICANOS CHEGAM À AL SEM ROTULAGEM
2004-04-19
A Guatemala dedica à produção de milho cerca de 60 mil hectares, insuficientes para atender a demanda interna, e a cada ano importa aproximadamente 11,5 milhões de toneladas do grão. Situações semelhantes se apresentam em toda a América Latina e no Caribe. A região compra cerca de 90% da produção de milho dos Estados Unidos, o maior produtor mundial, e um terço das plantações norte-americanas do grão é de transgênicos, mas chegam à América Latina sem rotulagem indicando isso aos consumidores. Pesquisas mexicanas indicam que a contaminação do milho nativo pode ter sido causada pela polinização acidental, que talvez tenha ocorrido também em outros países centro-americanos. O milho é um cultivo de polinização aberta, e sabe-se que o fluxo genético ocorre com facilidade entre plantas de espaços próximos. Durante séculos, os camponeses se aproveitaram disso para cruzar milho cultivado com parentes silvestres. — Na Costa Rica, onde desde os anos 90 é permitida a produção de sementes transgênicas de milho com fins exclusivos de exportação, não há evidência de contaminação, disse Alex May, da Comissão Nacional de Biossegurança do Ministério da Agricultura e Pecuária. Esse país dedica cerca de 18 mil hectares ao cultivo do milho e importa anualmente dos Estados Unidos aproximadamente 70 mil toneladas dessa gramínea. O cientista mexicano Luis Herrera, considerado um dos pais da biogenética, afirma que apesar de todo o debate em curso, a introdução dos transgênicos no mundo é irreversível. O que os países devem fazer é controlar, usar e desenvolver sua própria versão de transgênicos, enquanto continuam incentivando as tecnologias tradicionais, afirma. (Terramérica)