PESQUISADOR DIZ QUE BRASIL PRECISA SE POSICIONAR RÁPIDO NA QUESTÃO NUCLEAR
2004-04-19
A indefinição do governo brasileiro em relação à adesão ao Protocolo Adicional de 1997, que permite à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) inspecionar, sem quaisquer restrições, qualquer instalação nuclear dos países signatários, é o que está por trás do impasse travado, recentemente, entre o Brasil e os Estados Unidos, em relação à inspeção da fábrica de urânio enriquecido de Resende (RJ). Essa foi a tônica da palestra do pesquisador Fernando de Souza Barros, do Instituto de Física da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, proferida na ultima quinta-feira (15), na UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Especialista em energia nuclear, ele falou para alunos e professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais que o Brasil precisa definir, o mais rápido possível, a sua posição frente à comunidade internacional. Barros considera um grande salto, para o país, o domínio da tecnologia de enriquecimento do urânio, até porque apenas 10 países detêm hoje esta tecnologia e não mais que 40 têm condições de, um dia, conhecê-la. No entanto, não considera perigoso mostrar esta tecnologia ao mundo. Para Barros, a tecnologia nuclear pode trazer diversos avanços para o país em muitas áreas, tais como na agricultura e na medicina.(Ambiente Brasil, 15/04)