CARAMUJO AFRICANO AMEÇA MUNICÍPIOS DO MATO GROSSO
2004-04-12
Focos de um molusco conhecido como caramujo africano estão se alastrando por pelo menos dez municípios de Mato Grosso, incluindo a capital. O animal, uma espécie exótica do sul da África, pode ser uma ameaça ao meio ambiente e à saúde pública. A descoberta mais recente foi em Chapada dos Guimarães, onde a praga está presente nos 15 hectares do lixão desativado da cidade e nas proximidades do bairro Cohab. — Isso nunca poderia ter chegado ao Brasil, afirma o chefe do Núcleo de Fauna e Recursos Pesqueiros do IBAMA, Jacob Ronaldo Kuffner. Segundo um relatório do órgão, foram encontrados exemplares em 15 Estados brasileiros. A preocupação de Jacob se deve ao fato de que o caramujo africano se reproduz rapidamente. O relatório mostra ainda que o animal pode produzir 500 ovos por ano. O cenário descrito se assemelha a um filme de ficção científica, devido às características devastadoras do animal. — Ele é muito adaptável, come até papelão, isopor e sola de sapato. Imagine isso em um lixão?, explica a bióloga Cláudia Callil, doutora em malacologia (ciência que estuda os moluscos). Ela é a representante da região Centro Oeste em uma força-tarefa criada em janeiro em Brasília para estudar e combater moluscos invasores. O grupo é composto por pesquisadores e agentes estatais. Fora de seu habitat, como no Brasil, ele causa danos ao meio ambiente. — Ele é invasor, ocupa os ambientes e compete com as espécies nativas. É uma ameaça à biodiversidade, acrescenta. (Diário de Cuiabá, 08/04)