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2004-04-07
chineses reciclam cada vez mais peças de eletroeletrônicos e de aparelhos diversos, como carregadores de telefones celulares, partes de laptops e outros rejeitos similares. Com as mãos e o resto do corpo sem qualquer proteção, eles desmancham esses dispositivos, expondo-se a cobre, bronze e todo tipo de metal que sequer sabem existir nas sucatas eletrônicas. O lixo tóxico digital é carregado todos os dias para galpões onde trabalham inclusive famílias inteiras. Um dos trabalhadores, Luo, de 28 anos, da provínica de Sichuan, disse que faz este trabalho há nove anos, pois não tem outra opção como imigrante. Cabos, teclados, placas-mãe e tubos de raios catódicos recusados não assustam os recicladores de sucata. Segundo eles, o lixo é trazido do Exterior por navios. Há cerca de cem mil trabalhadores, hoje, atuando nessa atividade, somente na China, o maior ponto de destino para restos da tecnologia eletrônica. Estima-se que aproximadamente 90% do material eletrônico jogado no lixo pelos norte-americanos vá parar em solo chinês. O resto é destinado à Índia, ao Paquistão e a outros países em desenvolvimento. Entre 1997 e 2007, os Estados Unidos deverão descartar cerca de 500 milhões de computadores, segundo a Coalizão dos Tóxicos do Vale do Silício, um grupo de advocacia com base em San Jose, na Califórnia. Somente nesse Estado norte-americano, as pessoas compram mais de 3 milhões de aparelhos de TV e 5 milhões de computadores pessoais por ano, e milhares de modelos velhos vão para o lixo, conforme a Agência de Proteção Ambiental (EPA). O lado amargo desse conforto americano está no outro lado do mundo. Na China, já foram registrados casos de crianças com deformidade de nascimento, filhas de pais que trabalham em contato direto com substâncias tóxicas no lixo eletrônico. (Los Angeles Times)

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