SATÉLITE RADIOGRAFA AS SECAS NA AMAZÔNIA
2004-04-07
Os cientistas que se dedicam à tarefa de entender a interação da floresta amazônica com o clima global acabam de ganhar um instrumento ultra-sensível: os olhos do satélite EO-1, da Agência Espacial Americana(NASA). Com ele, poderão de ora em diante medir em larga escala o que já se via no chão, o ressecamento da maior floresta tropical do mundo. A pesquisa foi publicada ontem (06/04), em forma eletrônica, pela revista da academia de ciências dos EUA, a PNAS (www.pnas.org). O IPAM é um dos pioneiros no estudo dos efeitos da mudança climática global sobre a Amazônia brasileira. Produziu trabalhos hoje clássicos sobre o ressecamento da floresta, sobretudo na sua porção oriental e em anos de El Niño. Para melhor entender o efeito da seca, radicalizou: cobriu um hectare inteiro (10 mil m2) do chão da mata com plástico, para desviar a água da chuva e simular a seca de 1998. O experimento, batizado Seca-Floresta, gerou uma massa de dados comparando aquele hectare (ha) perto de Santarém (PA) com outro vizinho, que recebeu toda a chuva. Foram medidas variáveis como quantidade de folhas, crescimento das árvores, presença de água no solo e fotossíntese, sob condições de estresse hídrico. Foram esses dados que permitiram avaliar a performance do EO-1.(FSP/A14,06/04)