AMPLIAÇÃO DE PORTO E FALTA DE PLANO DE CONTINGÊNCIA PREOCUPAM ONG
2004-04-06
Em sua carta dirigida ontem ao governo espanhol, alusiva aos 500 dias do afundamento do petroleiro Prestige, o Greenpeace criticou a ampliação do Porto de La Coruña. O diretor-executivo da ONG na Espanha, Juan López de Uralde, disse que o projeto para a construção de novas instalações em Punta Lagosteira já foi aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento em tempo recorde, apesar de vários informes terem claramente mostrado que o novo porto carece de viabilidade técnica, ambiental e econômica. – O Greenpeace quer a revisão do Plano Galícia com base em critérios de sustentabiliade, disse. Outro item no qual a ONG insistiu é nos estudos sobre as marés negras. – Elas constituem graves episódios de contaminação em médio e longo prazos. As últimas investigações realizadas há 15 anos com relação à maré negra provocada pelo navio Exxon Valdez no Alasca mostrou que seus impactos seguem presentes na atualidade, afirma a carta do Greenpeace. A ONG quer que os cientistas possam continuar trabalhando neste assunto ao longo do tempo. De acordo com o diretor-executivo da Greenpeace na Espanha, Juan López de Uralde, não se pode deixar a recuperação dos ecossistemas marítimos apenas nas mãos da natureza. Na carta endereçada ao governo espanhol, ontem (5/4), o ativista disse que os primeiros estudos sobre o impacto provocado pelo navio Prestige referem-se a um prazo de 10 a 15 anos para a recuperação da normalidade biológica na costa da Galícia, onde o navio despejou óleo acidentalmente, em novembro de 2002. A Greenpeace pede a criação de uma rede de áreas marinhas protegidas que englobe os espaços de maior riqueza biológica e permita acelerar a recuperação do ecossistema em sua totalidade.–A catástrofe do Prestige mostrou a ausência de planos de contingência e de luta contra a contaminação e, hoje em dia, a situação não melhorou nos portos espanhóis, afirma o documento. A ONG quer que o Ministério do Desenvolvimento elabore urgentemente um plano de contingências para acidentes marítimos. (El Mundo)