O governo brasileiro recusou permissão aos inspetores das Nações Unidas para examinarem a construção de uma usina nuclear perto do Rio de Janeiro (Angra dos Reis), conforme diplomatas brasileiros informaram em Viena, Áustria, onde fica a sede da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). Segundo eles, há um impasse sobre a inspeção, pois o Brasil alega que a unidade irá produzir urânio enriquecido apenas para uso em planta de energia, não o urânio altamente enriquecido usado em armas nucleares. Os diplomatas que cuidam do caso temem que um novo tipo de corrida nuclear esteja em curso, marcado não pela perseguição imprudente de armas atômicas, mas por um velado desenvolvimento tecnológico de produção de energia nuclear que, mesmo cumprindo aspectos legais, possa rapidament converter-se em um programa de armas nucleares.O projeto brasileiro também coloca uma espécie de quebra-cabeças para o governo do presidente norte-americano George W. Bush, que pediu mais restrições para as tecnologias de enriquecimento de urânio, mesmo para a produção de energia, como parte de uma nova estratégia para prevenir que se espalhem armas nucleares. Os especalistas em não-prolieferação de armas dizem que, se os Estados Unidos e a ONU não agirem para controlar o programa brasileiro, ou ao menos não insistirem nas inspeções, a falta de ação poderá minar os chamamentos da Casa Branca para que sejam parados os esforços do Irã e da Coréia do Norte no enriquecimento de urânio. (Washington Post, 4/4,ZH/06, O Sul/14)