Óleo e gás liquefeito (para cozinha), atravessam a mata em dutos que ligam Urucu a Coari, com 67 mil habitantes, 285 quilômetros a leste de Manaus. Dali seguem para a refinaria na capital, armazenando em porões de navios e em tambores fixados no lombo de barcaças. Ainda sem destino, todo o gás natural extraído junto com o óleo, adequado para mover termelétricas e produzir energia, é reinjetado nos poços. São 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia relançados ao interior da terra. A Petrobras perde quase R$1000 por minuto com o gás natural de Urucu porque não tem como levá-lo até Manaus. O governo do Amazonas decidiu usar sua burocracia na área ambiental para vetar a construção do gasoduto da Petrobras. Fez questão de anunciar essa posição em documento ao Ibama e alega possíveis danos à mata e às etnias indígenas, com uma ocupação desordenada e perversa. De acordo com a Constituição, a canalização desses recursos federais para o Amazonas deve se estender até 2003. Só acabará antes se o diesel for substituído pelo gás natural. (Revista Época/36 ; 13/8)