CANAL DO AMOR: HÁ CONTROVÉRSIA SOBRE DESPOLUIÇÃO
2004-03-30
Há mais de 20 anos, milhares de famílias tiveram que
abandonar suas casas, no Canal do Amor, nas redondezas de
Nova Iorque, depois da descoberta de 21 mil toneladas de
resíduos tóxicos enterrados sob residências, contaminando a
água subterrânea. Hoje, as famílias foram reassentadas,
algumas propriedades foram revendidas, depois de reformadas,
e o governo anunciou o caso como um dos símbolos notáveis de
superação dos problemas da poluição industrial. O problema é
que não houve padrões aceitáveis de limpeza, de forma que
muitos críticos estão notando, na prática, que o Canal do
Amor segue tão poluído quanto antes. Ou seja, apenas teriam
sido feitos arranjos de modo a retirar-se o grosso da
poluição e a deixar-se poluentes menos agressivos no local. A
Agência de Proteção Ambiental (EPA) riscou de sua lista de
áreas contaminadas, sujeitas a benefícios de despoluição pela
lei do Superfundo, 278 sítios, de um total de 1,2 mil. Cada
um dos riscados da lista foi considerado como tendo sido
limpo de alguma maneira, mas, com poucas exceções, os
poluentes mais pesados não foram removidos. Contudo, para o
administrador regional da EPA, Jane M. Kenny, não foram
considerados padrões superficiais ou leves na remoção de
resíduos do Canal do Amor, área na qual o governo aplicou
cerca de US$ 400 milhões para a descontaminação. (NY Times,
28/3)