(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
fumigações colombianas plano colômbia antidrogas
2004-03-26
A fumigação com o herbicida glifosato de áreas da Colômbia protegidas por sua biodiversidade, no contexto das ações conjuntas com os Estados Unidos para erradicar o cultivo de drogas ilegais, é duramente criticada pelos riscos que representa para o meio ambiente e as comunidades que habitam esses territórios. O amplo espectro do glifosato o faz especialmente muito inadequado para uso em áreas onde se busca preservar espécies. O Congresso norte-americano aprovou, em dezembro, o uso de fundos para fumigar cultivos ilícitos em parques naturais (áreas protegidas) da Colômbia, e, no final de fevereiro, a Polícia Nacional colombiana informou aos meios de comunicação sobre o início da aplicação de glifosato em Sierra Nevada de Santa Marta, ao norte, e Chiribiquete, no sudeste. Essas regiões fazem parte das 49 áreas protegidas que somam dez milhões de hectares, quase 10% do território do país, o segundo em biodiversidade, depois do Brasil. O governo colombiano deu passe livre ao apoio norte-americano para a fumigação em áreas protegidas ao aprovar a resolução 0013 do Conselho Nacional de Entorpecentes, que fixa a política para a erradicação de cultivos de drogas ilícitas, explicou Ricardo Vargas, da Ação Andina, organização não-governamental que investiga o narcotráfico nos países da sub-região. - Essa resolução autoriza a aplicação em áreas protegidas do Programa de Erradicação de Cultivos com glifosato, tendo em conta que existe evidência de cultivos ilícitos dentro dessas zonas, o que atenta contra sua conservação e manutenção, disse o especialista. As fumigações, segundo Vargas, são parte da visão repressiva manejada pelo governo em sua luta contra o narcotráfico, com programas, apoiados e financiados pelos Estados Unidos, que não tiveram êxito. O especialista explicou que, desde 1978, a Colômbia realiza ações de fumigação em áreas de cultivo ilegal de maconha, papoula e coca, nas quais se testou e utilizou vários produtos químicos, como o paraquat, em 1978; o triclopyr, em 1985; o tebuthiuron, em 1986, e, de maneira permanente, o glifosato, desde 1986. Para o senador Jorge Robledo, do esquerdista Movimento Operário Independente, a fumigação de parques naturais é um degrau a mais na política agressiva da qual é alvo o território colombiano por parte da política antidrogas dos Estados Unidos. Robledo citou a ministra do Meio Ambiente, Sandra Suárez, para que informe, no dia 30 de março, a uma comissão do Congresso sobre a posição do governo nesse assunto, e disse que a nenhum colombiano interessado nos temas ambientais, nem a nenhum democrata, escapa a gravidade de uma decisão desse tipo. Em meio à polêmica, o governo de Uribe anunciou, em fevereiro, ter solicitado à Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (Cicad) a realização de uma avaliação independente e imparcial sobre o impacto ambiental e na saúde humana das aplicações de glifosato. - O objetivo do estudo da Cicad, que depende da Organização dos Estados Americanos, será dar respostas sustentadas à política de erradicação de cultivos executada pela Colômbia, explicou o Ministério das Relações Exteriores. Os cálculos do governo indicam que há entre dez mil e 15 mil hectares de coca semeados nos parques naturais, que fazem parte de mais de cem mil hectares desses cultivos em todo o país. Não há dados sobre maconha e papoula. Além dos nocivos efeitos que a aplicação com glifosato em áreas protegidas traria para a biodiversidade, há também o problema socioeconômico que enfrentam cerca de 800 mil indígenas e camponeses que habitam essas zonas, disse Robledo. - São famílias sem opções, obrigadas a cultivar o que é proibido, suportando o risco da ilegalidade, e se pretende fumigá-las como se fossem insetos, ressaltou o congressista. Segundo Robledo, a decisão de fumigar os parques naturais também é ilegal, já que viola o Plano de Manejo Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, que proíbe expressamente a realização desse tipo de atividade em áreas protegidas. A decisão também viola vários tratados internacionais, como o Convênio da Biodiversidade, ratificado pela Colômbia em 1994, o Convênio 162, da Organização Internacional do Trabalho, que protege a integridade dos povos indígenas, e outros relacionados com a preservação de florestas e manguezais, acrescentou. Para Camilo González, ex-ministro da Saúde e diretor da ong Indepaz, é certo que o uso de produtos químicos para processar a coca é extremamente prejudicial para os ecossistemas, mas isso não pode ser aceito como argumento para apresentar as fumigações como uma medida de proteção dos parques naturais. (IPS/ Envolverde)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -