AINDA EXISTE MUITO ÓLEO DO EXXON VALDEZ NAS PRAIAS DO ALASCA
2004-03-26
Quinze anos depois que o navio petroleiro Exxon Valdez submergiu no Alasca, destruindo boa parte da vida selvagem e de praias antigas, moradores locais e alguns cientistas estão na expectativa de um pagamento adicional por parte da empresa Exxon. A penalidade de US$ 900 milhões em um processo civil, estipulada em 1991 para compensar danos, incluía US$ 100
milhões em uma cláusula de danos que não pudessem ser bem conhecidos e/ou avaliados na época em que a sentença foi dada. E, pelos termos da sentença, a reabertura do caso pode ser estabelecida até 2006. – Acredito que está muito claro que há efeitos adversos que não puderam ser antecipados e penso que a cláusula está bem colocada, mas isto não significa a reabertura do caso, afirma Jeff Short, cientista do Serviço de Pesca Nacional que estuda os efeitos remanescentes do vazamento de óleo. Especialistas garantiram, na época do vazamento, ocorrido em 24 de março de 1989, que os 50 milhões de litros de óleo cru vazados estariam totalmente retirados até 1995. No entanto, conforme o pesquisador Jeff Short, do Serviço de Pesca Nacional, ainda existem 600 toneladas contaminando as praias do Alasca. Estudos feitos pelo próprio governo indicam que o petróleo causa menos danos ambientais do que originalmente se pensava, mas esses danos são de longo prazo. Uma sentença judicial referente ao caso do Exxon Valdez exige muito mais do que a reabertura do processo, incluindo a restauração específica de projetos voltados a danos não antecipáveis naquela ocasião do acidente. Os próprios cientistas admitem que é difícil antecipar esses danos. Alguns ambientalistas temem que a administração Bush não assegure os US$ 100 milhões adicionais. (Planetrak/Reuters)