Uma alga conhecida como cianobactéria está por trás do mau cheiro e do sabor de barro que têm caracterizado nas últimas semanas a água fornecida em parte de Porto Alegre. E por trás dessa alga está o homem. O esgoto doméstico e os resíduos agrícolas e industriais despejados no Guaíba são os responsáveis por oferecer os nutrientes que provocaram uma multiplicação desenfreada das cianobactérias, repercutindo nas torneiras de uma região onde vivem cerca de 500 mil porto-alegrenses. Segundo especialistas, a água deixou de ser insípida (sem sabor), inodora (sem cheiro) e incolor em muitas residências da Capital e da Região Metropolitana por um problema de gestão dos recursos hídricos. O problema foi anunciado por um espetáculo ímpar: no começo do mês, o Guaíba ganhou, em muitos pontos, uma tonalidade esverdeada. A beleza não tardou em revelar sua face sombria. Substâncias liberadas pelas algas de cor verde-azulada dissolveram-se entre as moléculas de água, conferindo a ela cheiro e gosto. (ZH/AMBIENTE/06)