As 170 páginas do projeto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) de ampliação da área de proteção das riquezas naturais do Parque Estadual do Delta do Jacuí não agradaram parte dos ambientalistas gaúchos. Para eles, um crime contra a natureza estaria para ser cometido caso se efetive a idéia de substituir a classificação de parque por outras duas: uma Reserva Biológica e uma Área de Proteção Ambiental. Com o novo projeto, a área total será estendida a 26 mil hectares, mas será dividida em duas classificações. A região do parque que passará à condição de Reserva Biológica - 13,3 mil hectares - será completamente intocável, sendo permitida apenas a visitação de pesquisadores. A parte de 12,1 mil hectares que passará a se chamar Área de Proteção Ambiental (APA) constitui-se no cerne da discórdia, já que essa classificação permite exploração em níveis mais elevados que os atuais, ainda que regulada pelo Estado. Isso criaria, segundo ambientalistas, uma situação de dois extremos em relação à atual condição. Para Kathia Vasconcellos, da ONG Amigos da Terra, a dificuldade de administrar uma APA dará margem para a exploração de forma errada. — Há especulação imobiliária para loteamento e plantação de arroz na região, o que é prejudicial ao ambiente - avalia.(ZH/Ambiente/04)