MOSAICO DE CONTRADIÇÕES SÃO MARCAS DO ABASTECIMENTO NO MÉXICO
2004-03-22
Problemas semelhantes aos de São Paulo quanto ao abastecimento de água são enfrentados na região metropolitana do Vale do México, composta pela capital mexicana e o vizinho Estado do México, com seus 20 milhões de habitantes aglomerados em uma altitude de aproximadamente 1.240 metros. A região é favorecida por abundante água subterrânea, que responde por 70% do abastecimento, cuja superexploração provocou o afundamento do solo e danos estruturais em construções. Estima-se que a extração exceda em 50% ou 80% a recarga natural dos aqüíferos, e os planos oficiais incluem retirar mais água e aproveitar rios distantes em altitudes mais baixas. Entretanto, calcula-se que 35% da água sejam perdidos através de vazamentos nas tubulações. Grandes investimentos são feitos no sistema de drenagem profunda, que já tem 153 quilômetros de túneis e que se pensa em ampliar em mais 39 quilômetros até 2007, ao custo de US$ 760 milhões. Dessa maneira se tenta evitar inundações, um drama da cidade construída sobre o que foi um conjunto de lagos. A região também sofre de uma grave confusão institucional, com mais de 20 instâncias administrativas. — Há duplicação de tarefas na gestão, políticas opostas entre organismos de uma mesma entidade, observou Manuel Perló, diretor do Programa Universitário de Estudos sobre a Cidade. Tanto em São Paulo quanto no México, as autoridades promovem campanhas estimulando a economia. Contudo, os preços mexicanos subsidiados contrariam esse esforço. (Terramérica)