SOLUÇÕES APONTADAS POR CONSULTOR EM 1997 FORAM IGNORADAS
2004-03-17
Um consultor da Agência Norte-americana de Proteção Ambiental (EPA), Jonathan Clement, concluiu em 1997, que havia duas estratégias viáveis de tratamento para a mitigação da contaminação por chumbo no Aqüeduto de Washington. Ambas visavam a reduzir o poder corrosivo da água, que poderia liberar chumbo dos dutos. A primeira escolha era aumentar sensivelmente o nível de pH da água, para cerca de 9. A Segunda seria manter o pH entre 7,4 e 7,8, usando um aditivo químico chamado ortofosfato. O gerente do Aqüeduto de Washington, Thomas P. Jacobus, disse que se opôs a ambas as soluções. Segundo ele, a adição de fosfatos custaria ao Aqüeduto e à WASA (agência de águas e saneamento) muito mais dinheiro do que tratar a água e o esgoto. Ele ainda argumentou que altos níveis de pH poderiam levar à formação de depósitos de cálcio nas máquinas, criando problemas de manutenção.Em julho de 2002, George Rizzo, que estava à frente da administração da Região III da Agência de Proteção Ambiental (EPA), aprovou a posição do Aqüeduto de Washington. Então, o corpo de engenheiros pôde manter o pH na faixa de 7,4 a 7,8, mas não aceitou adicionar ortofosfato. Especialistas em água que hoje analisam o problema como parte de uma força-tarefa que busca soluções acreditam que o rebaixamento do pH, combinado com mudanças em outros químicos usados para tratar a água, apenas espalharam mais o problema. No verão de 2002, os níveis de chumbo na água da cidade chegaram a 75 partes por bilhão, segundo medições da EPA. Ou seja, estavam cinco vezes acima do nível considerado seguro. Em novembro daquele ano, o pessoal da EPA que atuava no D.C. enviou e-mail a colegas a fim de tentar alertar a supervisão do município sobre a ameaça. O prefeito do Distrito de Colúmbia, Anthony Williams, disse, na semana passada, que acredita que a EPA e o Aqüeduto de Washington ajudaram a promover uma crise e que agora precisam pagar pela solução.(Washington Post)