BRASIL TENTA RECUPERAR EXCLUSIVIDADE SOBRE MARCA ANDIROBA
2004-03-10
Há poucos dias uma multinacional japonesa perdeu na Justiça o direito sobre a marca Cupuaçu. Agora, segundo Regina de Castro, diretora da Natu Science, empresa que fabrica produtos à base de andiroba, os ambientalistas, a população do Amazonas e do Acre e toda a sociedade brasileira devem travar nova disputa judicial, desta vez contra a empresa francesa Rocher Yves Biolog Vegetale (Ivés Roche Cosméticos), que já detém alguns direitos exclusivos sobre a marca Andiroba. — A Rocher Yves Biolog Vegetale já tem parte da autorização para utilizar a andiroba em produtos anticelulite com exclusividade mundial. Da mesma forma, a japonesa Morita Masaru também pleiteia o uso repelente exclusivo da andiroba, explica a diretora da Natu Science, empresa que seria beneficiada com uma outra vitória contra a biopirataria, — O problema é a burocracia brasileira. Tudo é complicado, desde o registro das marcas, a consolidação do conhecimento tradicional, até a legitimação dos efeitos terapêuticos, cosméticos e repelentes das plantas da nossa biodiversidade, defende-se. A andiroba, uma árvore alta, frondosa, bonita, de folhas alongadas, com pequeninas flores brancas e originária da região amazônica, é um ótimo repelente natural contra insetos, além de ter outras dezenas de funções benéficas à saúde. No mercado, a andiroba tem destaque na área cosmética, terapêutica e de repelência, além de ter uma madeira muito valiosa.