O representante da Via Campesina, Edson Cadore, descreveu a situação dos camponeses com toda a questão que envolve os transgênicos. De acordo com Cadore, para quem vive no campo esta questão chegou há sete anos, através das multinacionais, como se fosse acabar com a fome no mundo. E a promessa era de que os produtores teriam uma forma de produzir mais econômica, o que seria a salvação da lavoura. Um dos pontos que mais chocou os camponeses foi que eles não podem utilizar a sua semente. — Se a semente é uma fonte de vida, por que não pode ser usada? A semente para nós é patrimônio da humanidade. Nós não somos contra a pesquisa biotecnologica, desde que ela seja feita um controle social e público, não apenas de empresas privadas. Não queremos ser dependentes de uma empresa multinacional, declarou Cadore. Para ele, se o modelo da agricultura atual não sofrer modificações, o povo do campo será expulso. — Queremos produzir um produto de uma agricultura agroecológica, e saber sobre os verdadeiros malefícios e benefícios que os transgênicos trazem para nossa saúde e para o meio ambiente. Estes produtos não são para matar a fome do mundo, assim como a revolução verde não matou, afirmou.