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2004-03-09
Os métodos utilizados na caça de baleias são muito cruéis e deveriam acabar, segundo um relatório da Whalewatch, uma coalizão de 140 grupos ecologistas. O documento, divulgado hoje (09/03) e que leva assinatura do prestigiado naturalista britânico David Attenborough, diz que muitos destes cetáceos não morrem de forma instantânea e os testes para determinar exatamente quando perdem a vida são inadequados. As pessoas dedicadas a esta caça asseguram que seus métodos não são cruéis e rejeitam os pedidos para acabar com esta prática. No entanto, Attenborough afirma que não há uma forma humana de matar uma baleia no mar e se pergunta se a caça destes animais pode ser ainda tolerada por uma sociedade civilizada. Segundo ele, as baleias são cetáceos com uma grande evolução, muito sensíveis e com uma vida social complexa.— São os maiores animais que já existiram, maiores que qualquer dinossauro. Não há nada no corpo de uma baleia que seja de uso para nós e que não possamos encontrar equivalentes em outra parte, acrescentou o naturalista. A publicação do documento, intitulado Águas Turbulentas, coincide com uma campanha global contra a pesca de baleias. Entre os membros da citada coalizão, de 55 países, está a Sociedade Mundial para a Proteção dos Animais e a Sociedade de Conservação de Baleias e Golfinhos. A Whalewatch pressiona a Comissão Baleeira Internacional (CBI) para que detenha toda a pesca comercial e científica, que mantenha a moratória comercial que está em vigor desde 1986 e que se concentre no problema da crueldade. O relatório afirma que mais de 1.400 baleias podem morrer este ano, apesar da moratória. A maioria é caçada com instrumentos de pesca elaborados para explodir uma vez dentro do corpo do animal, embora pequenas comunidades costeiras do Ártico utilizem outros métodos. Três membros da CBI, Japão, Noruega e Islândia, continuam com o massacre de baleias de acordo com as regulamentações da comissão. Japão e Islândia dizem matá-las por razões científicas, permitidas pela CBI, enquanto que a Noruega não está submetida à moratória por não havê-la assinado. A CBI foi criada em 1946 para conservar as baleias, realiza reuniões de trabalho periódicas sobre métodos humanos para matá-las, mas sempre há divisões entre seus membros, uns a favor e outros contra a caça. O secretário da CBI, Nicola Grandy, disse à BBC que a atitude da organização de tratar o problema de maneira humanitária é questionada por alguns membros. — Todos os Governos membros são sérios a respeito, mas há diferentes pontos de vista sobre se a caça de baleias é desumana e deveria ser detida, acrescentou Grandy. — Os noruegueses, por exemplo, sim matam uma alta porcentagem de suas baleias de forma instantânea, disse. Segundo a Whalewatch, 20% das baleias caçadas pela Noruega não morreram de forma instantânea entre 2002/3, enquanto que no caso do Japão a porcentagem foi de 60 por cento. A coalizão informou também que o tempo médio de morte desses cetáceos é de mais de dois minutos, mas outros levam até uma hora. (EFE)

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