A pesca excessiva e sem métodos não é a única causa do dramático declínio dos estoques de peixes no Atlântico Norte ou mesmo ao redor do mundo, dizem biólogos marinhos da Sociedade Real que se reuniram na semana passada em Londres. Mundanças ambientais, como aquecimento global, podem ser tão importantes quanto a pesca pedatória para a queda dos estoques de peixes, podendo levar os governos a pensarem em fatores como o gerenciamento da pesca. – Ecossistemas marinhos, particularmente os do Atlântico Norte, são muito mais vulneráveis a flutuações naturais do que havíamos percebido anteriormente, disse Michael Heath, biólogo do Laboratório Marinho de Serviços de Pesquisa Escocesa e responsável britânico pelo projeto Dinâmica Global dos Ecossistemas Oceânicos (Globec). O projeto tem permitido melhorar o entendimento dos mecanismos que regem a produtividade e a dinâmica das populações marinhas, diz o biólogo. – Nossa medida de sucesso será muito mais no sentido de dar informações que sejam traduzidas em políticas públicas dos governos para essa área, disse. Um relatório a ser publicado no final de março trará a situação completa e os plano de gerenciamento da pesca do governo britânico para os próximos 20 anos. Os pescadores, contudo, não aceitam serem vistos como culpados pela mudança climática. – Os cientistas tendem a culpar os pescadores por qualquer coisa que aconteça, mas certamente não somos culpados pela mudança climática, afirma Dick James, da Organização dos Produtores de Pesca da Irlanda do Norte. (Revista Nature)