GESTÃO AMBIENTAL, CONFLITO E PRODUÇÃO SOCIAL DO ESPAÇO SOB O SIGNO DA (MONO) INDÚSTRIA
2004-03-03
RESUMO: A dissertação busca articular a gestão e uso dos recursos (naturais, construídos e humanos) nas áreas urbanas às relações sociais e de poder aí envolvidas, recorrendo ao estudo de caso da gestão ambiental, conflito e produção social do espaço em Ipatinga (MG). Ipatinga é um representante da chamada cidade mono-indústria, onde sobressaem a segregação social no espaço, o controle social exercido pela empresa e o grau de agudo das relações desiguais de poder. O objetivo foi investigar de que forma uma gestão ambiental que resultasse da articulação de diversos atores sociais poderia questionar práticas existentes em um espaço urbano dominado pela grande indústria. Para tanto, iniciou-se pelo estudo da especificidade da produção social do espaço urbano da Ipatinga, estabelecendo uma divisão da mesma em três momentos, os quais denominamos Ipatinga pré-urbana. Ipatinga dual e Ipatinga Cidadã. A partir daí foi traçado, em linhas gerais, o processo de formação de agentes sociais contestatórios ao poder da empresa. Foi então efetuada a análise do conflito sócio-ambiental em torno da poluição atmosférica causada pela usiminas. Pari-passu procedeu-se à análise de gestão ambiental implementada no Período 1989/1996, dando destaques aos avanços e retrocessos em sua condução. Dentre as conclusões destacam-se: i)o conflito sócio-espacial em Ipatinga foi uma arena estratégica de luta política contra o controle exercido sobre a sociedade pela grande empresa, ao contribuir para o desgaste/fragilização da imagem da usiminas; a efetividade da gestão ambiental esteve diretamente relacionada à intensidade do conflito, funcionando melhor naqueles momentos em que se constituiu como força política nos embates contra a empresa.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).
Autora: Tânia Moreira Braga.
Contato: Mestrado de Ciência Ambiental (11) 3091-3116/3121.