O ministro do Meio Ambiente de Portugal, Amílcar Theias, admitiu que o cumprimento do Protocolo de Kyoto é uma questão de natureza econômica. O ministro fez discurso no debate sobre alterações climáticas promovido pelo Partido Ecologista Os Verdes. – Kyoto vive bem sem Portugal. Não é a participação de Portugal que vai alterar o clima do planeta, disse Theias, sobre o protocolo que prevê a redução média em Portugal de 5,2 % de seis gases até 2008-2012. Contudo, conforme o ministro, o cumprimento de Kyoto é vital para a economia portuguesa, sobretudo para diminuir a dependência energética que o país tem em relação a outros países. Estas considerações levaram a oposição a endurecer as críticas durante o debate. – A última coisa que esperava era ouvir de um ministro do Meio Ambiente que a principal razão para cumprir Kyoto é econômica, sublinhou o deputado socialista Pedro Silva Pereira. Também Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, estranhou a afirmação do ministro e frisou que, nos outros países as medidas para combater as alterações climáticas são ambientais e não tecnocráticas. O ministro Theias disse ainda que o governo pretende fomentar a criação de um Fundo Português do Carbono, com a participacao sobretudo de empresas privadas. A idéia é que as empresas invistam em projetos ambientalmente sustentáveis, como a construção de mini-hidrelétricas, e ganhem, através disso, créditos de emissões poluentes. Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) deverão ser os principais destinatários desses projetos, acrescentou Theias, no final do debate. (Ecosfera)