EMPREGO É ARGUMENTO CONTRA PROTOCOLO DE KYOTO NA ALEMANHA
thyssen-krupp
protocolo de kyoto
2004-02-27
Os Ministérios da Economia e do Meio Ambiente da Alemanha se aproximaram terça-feira (24/02), acerca do plano de divisão de certificados de emissão de gases para 2.300 indústrias alemãs, com o objetivo de cumprir o Protocolo de Kyoto. O Governo alemão apresentará seu plano em Bruxelas antes do próximo dia 31 de março para que comece a funcionar em 2005. O ministro do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, quer reduzir na medida do possível as emissões de gases contaminantes - principalmente dióxido de carbono -, enquanto o da Economia, Wolfgang Clement, teme que isso implique em desvantagens para a competitividade das empresas. Depois da reunião de duas horas dos ministros na Chancelaria, uma porta-voz de Clement destacou que ambos chegaram a um acordo sobre alguns pontos e decidiram se reunir novamente nos próximos dias para conseguir o acordo desejado antes do final de março. Um porta-voz de Trittin assegurou que ambos os ministros concordaram que a indústria alemã deve continuar aceitando a validade de seu compromisso de reduzir as emissões contaminantes. Segundo os planos do protocolo de Kyoto de 1997, as empresas de cada um dos países que o assinaram poderão emitir mais gases do que o permitido pelas autoridades, sempre que encontrarem outra companhia que emita menos quantidade e esteja disposta a vender sua cota excedente. Trata-se de um sistema de compra e venda de certificados de emissão pensado para distribuir a carga da redução de emissões em cada um dos países industrializados. Por enquanto, a indústria alemã rejeita o plano de Trittin, que até 2007 prevê limitar as emissões de dióxido de carbono a 488 milhões de toneladas. Enquanto diversas associações ecologistas exigem que o Governo não ceda à indústria para poder cumprir os objetivos de Kyoto, o sindicato metalúrgico IG Metall e o consórcio Thyssen-Krupp advertem que o plano de Trittin ameaça 10.000 empregos. Com a assinatura do protocolo de Kyoto, a Alemanha se comprometeu a reduzir até 2012 as emissões de dióxido de carbono em 21% em relação aos valores registrados em 1990, o que significa 480 milhões de toneladas.(EFE)