EPA FALHOU NO CASO DA ÁGUA CONTAMINADA POR CHUMBO EM D.C.
2004-02-26
Quando uma bactéria foi detectada no Distrito de Columbia (D.C.), há 11 anos, a Agência Norte-americana de Proteção Ambiental (EPA) não hesitou em agir, ameaçando multar a municipalidade em US$ 5 mil por dia. Três anos depois, quando foi encontrada uma bactéria na água, a EPA ordenou que a autoridade municipal disponibilizasse 1.286 caminhões pipa de água potável à população, sob pena de multas diárias de US$ 25 mil. A pressão foi tão grande que a então prefeita Marion Barry queixou-se de intervenção federal excessiva no D.C. Mas quando foi descoberto chumbo na água consumida por milhares de moradores do D.C, no último verão, a reação da EPA local foi menos rápida. Reguladores da EPA disseram que a autoridade da área de águas e esgoto (WASA) apenas informou os consumidores com panfletos e que ignorou as diretrizes da EPA recomendando uma reunião para debater o assunto. Além disto, a EPA local apenas aprovou um plano da WASA para substituir 385 linhas (segmentos de encanamento) do total de 1,6 mil que deveriam ser removidos. Um grande número de líderes políticos do D.C. tem afirmado que a EPA teria falhado neste caso. O representante do Comitê de Reforma do governo, Thomas M. Davis (republicano) disse que, no início de março, vai convocar uma audiência no Congresso para investigar o desempenho da EPA neste caso. Dos 6.118 testes feitos pela WASA no último verão, mais de 4 mil deram sinal positivo para água com níveis de chumbo acima dos permitidos por padrões federais, de 15 partes por bilhão. Cerca de 157 lares apresentaram níveis de mais de 300 partes por bilhão, segundo especialistas.(Washington Post, 22/2)