FABRICANTES DE OGMs QUEREM QUEBRAR MORATÓRIA À TECNOLOGIA TERMINATOR
2004-02-25
Empresas gigantes de biotecnologia estão pressionando pela reabilitação de sua tecnologia danosa especialmente aos mais pobres, suspensa por acordo mundial. A pressão para reabilitar a chamada tecnologia terminator, desenhada para negar a milhões de famílias pobres a chance de replantar sementes de suas próprias colheitas, deve chegar ao auge na 7ª Conferência Mundial das Partes para a Biodiversidade (COP 7), que se realiza em Kuala Lumpur, na Malásia. Executivos de empresas tentarão rebatizar esta tecnologia como algo ecologicamente aceitável. Isto pode ser embaraçoso para governos de países desenvolvidos, que têm planos de persuadir a opinião pública quanto aos benefícios dos OGM, especialmente para países em desenvolvimento. A tecnologia terminator, classificada como GURT, ou tecnologia de uso genético restrito, faz com que as sementes produzidas por plantas geneticamente alteradas tornem-se estéreis. Isto significa a dependência para mais de 1,4 bilhão de produtores rurais pobres do Terceiro Mundo, que a cada colheita precisarão comprar sementes das empresas de biotecnologia. Mas os governos colocaram esta tecnologia sob moratória, mesmo com o protesto de empresas de biotecnologia, como a Monsanto. Contudo, a Federação Internacional de Sementes, que representa a indústria mundial de sementes, insiste que esta será uma solução técnica possível para o crescente aumento das contaminações das lavouras cultivadas organicamente. Muitos países em desenvolvimento foram determinados, na última semana, a banir este tipo de tecnologia. Mas a tentativa foi mal-sucedida pela resistência do Canadá, da Austrália e do Brasil, que agiram como portas subsidiárias dos Estados Unidos, recusando-se a juntarem-se à convenção.(The Independent/Environment, 22/2)