EPA QUER NORMATIZAR EMISSÕES DE NAVIOS
2004-02-25
Nos últimos cinco anos, com o crescimento do comércio internacional e o incremento na capacidade de carga dos navios em 50%, navios cargueiros tornaram-se a maior fonte de poluição móvel, mais do que os automóveis. Mesmo assim, enquanto a Agência Norte-americana de Proteção Ambiental esmerava-se, nos anos 70, para estreitar regras contra a poluição causada por automóveis, nada era feito em relação aos cargueiros. Contudo, sabe-se que um simples navio que entra na baía de Nova Iorque pode largar mais poluição no ar do que 350 mil modelos modernos de carros em apenas uma hora. Tais índices, conforme a Associação Americana do Pulmão, elevam substancialmente os riscos de doenças respiratórias, inclusive de câncer, na população local. Além disto, fotos de satélites mostram a existência de trilhas de poluição em milhares de milhas ao longo do Pacífico Norte causam a formação de nuvens quase permanentes em rotas de navegação sobre esse mar. Agora, a EPA está encaminhando normas para regular a poluição de navios no território norte-americano. A pergunta que geralmente se faz é: se se sabe que os navios e embarcações marítimas causam tantos danos à saúde e ao meio ambiente, por que somente agora a Agência Norte-americana de Proteção Ambiental (EPA) está trabalhando no estabelecimento de regras para frear este tipo de emissões aéreas? O fato é que a restrição à poluição aérea dos navios já havia sido tentada pela EPA nos anos 90, mas membros da poderosa Associação Independente de Proprietários de Navios Tanqueiros fez um lobby a ponto de colocar qualquer iniciativa de controle dessas emissões por água abaixo. Requerimentos para reduzir a poluição em 30% foram simplesmente deletados. Um acontecimento que auxilia nesta decisão é o fato de que a Organização Marítima Internacional, uma agência das Nações Unidas, ratificou um tratado global pelo qual se pretende a implementação de pequenos passos para incrementar a qualidade das tecnologias visando a reduzir emissões prejudiciais. (NY Times, 21/2)