Mais de 60 cientistas influentes, incluindo 20 laureados com Prêmio Nobel, ratificaram uma declaração onde afirmam que a administração do presidente George W. Bush tem sistematicamente distorcido fatos científicos a serviço de metas políticas nas áreas ambiental, de saúde e de pesquisa biomédica, além de pesquisa nuclear. Tais acusações foram depois discutidas numa conferência organizada pelo Sindicato dos Cientistas, entidade independente voltada ao debate de questões técnicas. A organização elaborou um relatório de 38 páginas detalhando as acusações que fez. O documento acusa a administração Bush de repetidamente censurar e suprimir relatórios feitos por seus próprios cientistas, pilhando os comitês de aconselhamento científico com apontamentos políticos desqualificados e recusando-se a aceitar as avaliações científicas independentes de especialistas em alguns casos. – Outras administrações, em certas ocasiões, engajaram-se em tais práticas, mas não de forma tão sistemática e num espectro tão amplo, disse o físico Kurt Gottfried, professor emérito da Cornell University, que participou do encontro. Os cientistas negaram ter razões políticas para liberarem o documento, que foi assinado por vários nobéis, entre eles David Baltimore e Harold Varmus, ambos pesquisadores biomédicos. (NY Times, 19/2)