Cientistas sabem que toxinas como chumbo e álcool podem afetar embriões e fetos e causar problemas de desenvolvimento durante a infância. Mas há novas evidências de que bebês expostos a compostos com chumbo, ainda no útero materno, podem desenvolver esquizofrenia, que se manifesta na vida adulta. O pesquisador Ezra Susser, da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e seu grupo, testaram amostras de sangue armazenadas colhidas de mulheres grávidas na Califórnia, entre 1959 e 1966. Compararam os níveis de chumbo no sangue de 44 mulheres cujas crianças desenvolveram esquizofrenia com o sangue de outras 75 cujas crianças que não desenvolveram a doença. Os nascidos de mães cujo sangue continha mais de 150 microgramas de chumbo por litro apresentaram duas vezes mais chance de desenvolver esquizofrenia do que aqueles cujas mães apresentavam níveis de chumbo no sangue abaixo desta média. O estudo foi divulgado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência em Seattle. Nos anos 50 e 60, o nível de chumbo no sangue das pessoas, em geral, era maior por causa das altas exposições de gasolina aditivada com esta substância. A maioria dos compostos de petróleo não contém chumbo atualmente, mas ainda há chumbo em tintas, por exemplo. Susser suspeita que o chumbo pode matar células nervosas no crescimento cerebral de fetos. Médicos sabem que a exposição pré-natal à toxina pode causar retardo mental, entre outros déficits cerebrais, mas não sabem exatamente como o chumbo causa esses danos.(Nature, 17/2)