MUDANÇA TECNOLÓGICA E MEIO AMBIENTE: O CASO DA EMPRESA VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL (VCP) EM JACAREÍ, ESTADO DE SÃO PAULO
2004-02-17
RESUMO: A paisagem rural brasileira transforma-se com o crescimento do setor de celulose e papel. As áreas reflorestadas espalham-se por diversos Estados brasileiros, não apenas nos Estados do Sul e Sudeste, como também nos Estados da Bahia, do Mato Grosso e do Amapá. O objetivo da pesquisa é observar, por meio do estudo de caso, os processos de mudanças tecnológicas relacionadas a aspectos ambientais na indústria brasileira de celulose e papel. A idéia central da pesquisa é que os processos de mudanças tecnológicas ocorrem em função de diferentes demandas, configurando redes de relações sociais, com interesses diversos, cuja dinâmica influencia os caminhos tecnológicos que serão seguidos e o tempo em que as mudanças tecnológicas vão ocorrer. A pesquisa baseou-se na perspectiva construcionista da sociologia ambiental (Hannigan, 1995), para a qual os problemas ambientais, além de fatos físico-químico-biológicos, são construções sociais, ou seja, existem na medida em que os atores sociais os identificam e reclamam sobre eles. Outro conceito fundamental para o trabalho foi o de demandas ambientais: (...) o conjunto de fatores relacionados aos impactos ambientais das atividades de um determinado setor industrial, que passam a tomar parte no processo decisório dos agentes econômicos atuantes naquele setor, influenciando seu comportamento estratégico quanto à escolha e/ou ao desenvolvimento de produtos, processos e novas formas organizacionais. (Corazza, 1996:135). E, também, através do enfoque de redes sociotécnicas (Law & Callon, 1982; Law, 2000), que busca integrar o mundo das técnicas ao mundo dos atores/agentes, mantendo sobrepostas e em interação as esferas da ciência e tecnologia e da vida sócio-política-econômica.
Foram identificadas as principais mudanças tecnológicas relacionadas a aspectos ambientais que ocorreram tanto na parte florestal quanto na parte industrial. Em casos específicos, foram identificados os atores envolvidos na formulação de demandas ambientais e nos processos de mudanças tecnológicas. Para manter-se competitiva no mercado internacional, a indústria brasileira tem que se adequar aos padrões internacionais, muitas vezes, mais elaborados e rígidos do que a regulação nacional.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).
Autora: Lisa Gun.
Contato: Mestrado de Ciência Ambiental (11) 3091-3116/3121.