PROPOSTA DO MCT É CRITICADA NA COP-7 POR INDÍGENAS E PAÍSES DA EUROPA
2004-02-16
A adoção ou não dos GURTS é um dos temas mais quentes da COP-7. Para estudar os potenciais impactos dessas tecnologias, que envolvem a adoção de sementes terminator (modificadas geneticamente para se tornarem inférteis), um grupo de peritos reuniu-se a partir de fevereiro de 2003. Em dezembro do ano passado, durante uma reunião de Grupo de Trabalho (GT) sobre Acesso e Repartição de Benefícios da CDB, os peritos apresentaram um relatório, apontando que a adoção dessas tecnologias poderia causar erosão do patrimônio genético da agricultura tradicional dos povos, perda de agrobiodiversidade, aumento da dependência dos povos indígenas e comunidades locais em relação a empresa de sementes e insumos e maior concentração de poder no mercado de agricultura. Na mesma reunião, o Brasil apresentou uma proposta a liberação dos GURTS para testes de campo, defendida particularmente pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Ministério da Agricultura, sendo criticado por povos indígenas e países europeus. Fundamentadas no relatório dos peritos, ONGs e movimentos indígenas articulam-se para pressionar a proibição dos GURTS durante a COP-7. As delegações da Filipinas e Quênia propuseram o banimento definitivo dessas tecnologias, enquanto a do Egito definiu os GURTS como crime contra a Humanidade. (ISA)