BASES PARA SELEÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM REGIÕES FRAGMENTADAS
2004-02-16
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo fornecer subsídios para a seleção de áreas prioritárias para a implantação de unidades de conservação em regiões fragmentadas, de modo a auxiliar na escolha dos aspectos mais relevantes a serem considerados na definição de futuras áreas protegidas. Para atingir este objetivo, o trabalho é dividido em três grandes capítulos. o primeiro capítulo analisa o conceito e o processo de fragmentação, assim como os principais efeitos físicos e biológicos. A compreensão destes aspectos é importante, para se vislumbrar os critérios que devem ser considerados no planejamento de unidades de conservação em áreas fragmentadas, de forma a minorar as conseqüências negativas da fragmentação. o segundo capítulo considera fatores específicos do tema da dissertação, tendo como objetivo apresentar e analisar os principais critérios para seleção de áreas importantes para a biodiversidade, respondendo à pergunta do que deve ser protegido. Para tanto, são apresentados os principais critérios biológicos e sócio- culturais, as diferentes abordagens existentes, suas vantagens e problemas, de forma a orientar sobre a escolha de área prioritárias para a conservação da biodiversidade, principalmente em função dos dados que se encontram disponíveis e os métodos de priorização mais conhecidos. o terceiro e último capítulo, por sua vez, complementa o capítulo anterior na medida em que considera os critérios para definição de unidades de conservação. São apresentadas aqui as principais teorias e critérios biológicos envolvendo o planejamento (-design-) de áreas protegidas, esclarecendo a questão de como projetar uma ou um sistema de reservas, de modo a conservar a biodiversidade em regiões fragmentadas. Como resultado das análises aqui apresentadas podemos concluir, que entre os critérios biológicos mais utilizados, os de maior importância são riqueza, raridade, função, representatividade e grau de ameaça. Com relação às diferentes abordagens analisadas, dada a disponibilidade de dados existentes, torna-se necessário priorizar o enfoque baseado em ecossistema, complementando a seleção a nível de espécies raras, endêmicas ou ameaçadas e utilizando a genética para refinar a seleção, de modo a assegurar que indivíduos representativos da variabilidade genética sejam contemplados. Em se tratando especificamente do planejamento de reservas, concluiu-se pela necessidade de se pensar em um sistema de reservas que incorpore as mudanças causadas pela fragmentação, incluindo-se as atividades humanas e, ainda assim, manter a biodiversidade e os processos ecológicos. É importante, então, considerar reservas internamente heterogêneas, de diversos t~maJ1-hos e uma borda permeável, abrangendo elementos naturais da paisagem, envolvidas por uma zona tampão, interligadas por diversos tipos de corredores e inseridas numa matriz com diversos pontos intermediários de forma a otimizar a conectividade.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).
Autora: Liliana Ishiata.
Contato: Mestrado de Ciência Ambiental (11) 3091-3116/3121.