MEIO AMBIENTE É UMA DAS ARMAS NA GUERRA ENTRE GOVERNO DO RJ E PETROBRAS
2004-02-06
A governadora do Estado do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, sancionou na última segunda-feira (4/2) uma lei permitindo a duplicação de taxas para operações de exploração e transporte de petróleo via dutos. A medida contribuiu para a guerra entre o governo estadual e a Petrobras pela nova refinaria de petróleo da estatal, a ser construída nos próximos cinco anos. Conforme a assessoria de comunicação de Rosinha, a Petrobras, maior empresa de petróleo brasileira, que planeja instalar mais um duto a partir de sua base de produção na Bacia de Campos, estaria fazendo campanha contra o governo do Estado do Rio de Janeiro para não instalar a refinaria. A Petrobras teria oferecido US$ 5,1 milhões (cerca de R$ 15 milhões) a municipalidades que, estando na rota do duto, aprovarem a construção do novo empreendimento. –Vou lutar com as armas que eu tiver contra esse duto, disse a governadora, alertando que as cidades por onde passar a obra terão que autorizar o uso da terra. Dez dos 19 prefeitos dos respectivos municípios atingidos pelo duto voltaram atrás em sua posição de permitir as obras. A governadora também deixou claro que considerará os resultados do Estudo de Impacto Ambiental realizado pela Feema, agência de meio ambiente do Estado do Rio de Janeiro. A Petrobras apresentou seu novo projeto no início do mês de fevereiro prometendo a geração de 34 mil empregos temporários, mas a governadora contra-argumentou que a empresa deveria garantir 30 mil empregos permanentes. Conforme executivos da Petrobras, a derrocada do projeto fará com que o petróleo seja enviado para São Paulo por mar, através de navios, encarecendo as operações. No ano passado, o Estado do Rio introduziu uma taxa pela exploração de petróleo que aumenta sensivelmente os custos da Petrobras (Planetark/ Reuters, 5/2)