Pessoas que prestam atenção nas recentes palestras de John Kerry, vitorioso nas primárias de New Hampshire na prévia eleitoral à presidência dos Estados Unidos, notam a ênfase dada ao MTBE (metil tércio butil éter), um aditivo à gasolina que melhora a eficiência da queima do combustível, mas é carcinogênico e altamente contaminante das águas subterrâneas. Para quem está de fora, isto parece estranho, as pessoas se perguntam por que ele não se concentra nas questões do aquecimento global ou da extinção das espécies? Contudo, a questão do MTBE é de considerável ressonância política, e também em New Hampshire, Estado que apresenta níveis de contaminação por MTBE desproporcionais, afetando lagos, rios e água destinada ao uso humano. O problema da contaminação por MTBE é tão grave em New Hampshire que, em outubro do ano passado, 22 produtores da substância foram processados, e os revendedores alegaram que o produto que estavam vendendo era defeituoso, por contaminar as águas. O Estado determinou às empresas reembolsarem os revendedores em milhões de dólares, além de promover uma investigação para tentar pôr fim a este tipo de contaminação. Numa recente palestra que fez em Salem, Kerry disse que, como presidente, vai manter o princípio do poluidor pagador e buscar o reembolso por danos ambientais causados por poderosas corporações. - Na administração Kerry, vamos banir o MTBE, para o bem de Deus e das famílias norte-americanas, disse. (Grist Magazine, 29/1/2004)