ESTUDO RELACIONA CÂNCER AO AGENTE LARANJA
2004-02-03
Um estudo da Força Aérea norte-americana detectou crescente risco de câncer na exposição ao agente laranja e outras substâncias tóxicas utilizadas durante a Guerra do Vietnã (que os vietnamitas chamam de Guerra Americana). Pela primeira vez, uma pesquisa mostra um discreto aumento de casos de câncer de próstata e de câncer dermatológico entre veteranos desse conflito, encerrado na metade dos anos 70. Entre 1965 e 1970, as Forças Armadas dos Estados Unidos espalharam mais de 19 milhões de galões do agente laranja sobre as florestas do Vietnã do Sul, expondo milhares de vietnamitas, mas também os próprios soldados, ao agente. O diretor do Fundo Nacional de Proteção das Vítimas do Agente Laranja, Le Ke Son, disse que apenas 10% das pessoas afetadas pelo herbicida são hoje reconhecidas como vítimas de fato desse agente químico. –Há estatísticas incompletas que não incluem as vítimas da segunda geração, disse Son. O estudo sugere exposição dos vietnamitas e dos soldados norte-americanos a altas doses de dioxinas, duas vezes mais que o suficiente para provocar câncer. Conforme Son, deve haver mais de 1 milhão de vítimas dessas dioxinas, somente no Vietnã. O risco de contração de câncer de próstata entre os expostos à substância é seis vezes maior do que o apresentado por veteranos da guerra não expostos. Já o risco de melanoma é sete vezes maior, conforme a mesma comparação. A análise completa está na edição de fevereiro do Journal of Occupational and Environmental Medicine (Al Jazeera, 31/1/2004).