AVES MIGRATÓRIAS APONTADAS COMO VETORES DA GRIPE DO FRANGO
2004-01-29
As aves migratórias estao sendo apontadas como os vetores da epidemia da gripe do frango que afeta atualmente a Ásia. A hipótese foi apresentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por autoridades de saúde e agrícolas dos países atingidos, com apoio de vários cientistas. Ronel Avila, funcionário do ministério da Agricultura das Filipinas, aconselhou a população a não tocar, não alimentar e evitar a aproximação dos pássaros migratórios. No início da semana, o diretor do departamento de Saúde de Hong Kong, Yeoh Eng-Kiong, pediu ao departamento de Agricultura que reforçasse a vigilância das aves selvagens. - A hipótese mais provável é a de que as aves selvagens e os pássaros migratórios sejam portadores do vírus. Kiong declarou que a possibilidade é respaldada pela descoberta, na semana passada, em Hong Kong, de um falcão peregrino portador do vírus H5N1. O animal foi encontrado morto perto de um viveiro de frangos. No entanto, os exames realizados comprovaram que os frangos da região não estavam contaminados. Os principais enviados da OMS na Ásia, Bob Dietz e Peter Cordingley, também citaram publicamente a possibilidade de contágio através das aves migratórias. Paralelamente, cientistas australianos pediram aos agricultores uma intensificação da proteção das aves domésticas e de viveiro em relação às aves selvagens. Uma das características comuns aos dez países afetados até o momento pela gripe na Ásia é o fato de todos estarem no trajeto percorrido por milhões de aves durante a migração anual de norte a sul. Segundo os cientistas, as aves migratórias poderiam transmitir o vírus através dos excrementos ou quando pousam, fazendo paradas em seu trajeto. O biólogo Desmond OToole, da Hong Kong City University, considera que a proximidade das aves selvagens com as domésticas não é necessária para o contágio, já que o vírus pode propagar-se pelo ar e a grandes distâncias. - O vírus é muito resistente, como a maioria dos vírus, e pode sobreviver durante dias no ar ou nos excrementos antes de propagar-se para outro organismo, afirmou. (AFP)