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2004-01-28
O projeto de uma nova geração de armas nucleares de baixa potência, aprovada no orçamento da defesa dos Estados Unidos para 2004, é injustificável política, técnica e militarmente, afirmam críticos dessa idéia. As chamadas minibombas nucleares têm potência inferior a cinco quilotons de TNT, um terço do poder contido na bomba que os Estados Unidos jogaram sobre a cidade japonesa de Hiroshima em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial. — Se os que fazem a guerra consideram que uma arma nuclear é suficientemente pequena para evitar os danos colaterais, é mais provável que a usem, o que se traduziria em um desastre ambiental e humanitário jamais visto desde a Segunda Guerra Mundial, disse o especialista Robert K. Musil, diretor da Phisicians for Social Resposibility (PSR, sigla em inglês - Médicos pela Responsabilidade Social), entidade ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1985 por seu trabalho contra os testes nucleares.
A pesquisa, o desenho e o estudo econômico das minibombas foram aprovados no orçamento da defesa para este ano, depois da revogação pelo Senado, em maio de 2003, da emenda Spratt-Furse, promulgada dez anos antes para restringi-los. O desenvolvimento de engenharia, a produção e os testes continuam proibidos. Segundo especialistas, a iniciativa da Casa Branca não viola o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o acordo internacional para eliminar as armas nucleares, já que este não proíbe o desenvolvimento de novos tipos de armas. Entretanto, para Wolfgang K. H. Panofsky, ex-diretor do Stanford Linear Accelerator Center, da Universidade de Stanford, existe um considerável impacto negativo de caráter político desta estratégia armamentista. — Os Estados Unidos devem ser o líder em diminuir a dependência de armas nucleares. Estas são as que provêem eqüidade entre Estados relativamente fracos e Estados fortes e, portanto, Washington tem mais a perder com uma proliferação nucelar, afirmou.
Os defensores desta arma (uma pequena carga nuclear na parte posterior de um míssil) afirmam que alguns objetivos militares só podem ser atingidos com energia atômica. Entre as vantagens das pequenas cargas nucleares, seus incentivadores apontam menores danos colaterais (leia-se mortos e feridos civis e contaminação radioativa), melhor controle e custos de manutenção mais baixos. O Departamento da Defesa tem interesse específico em estudar o uso de pequenas bombas nucleares para destruir refúgios subterrâneos utilizados por potenciais inimigos para o armazenamento de armas químicas e biológicas, consideradas as maiores ameaças do novo século. Estas instalações estariam cobertas por dezenas ou centenas de metros de rocha sólida, concreto e outros materiais, que lhes permitem suportar ataques externos com armas convencionais. Segundo um relatório apresentado ao Congresso, a Agência de Inteligência da Defesa acredita que existam mais de 1,4 mil objetivos subterrâneos estratégicos em todo o mundo.
— Todas as armas nucleares em reserva já foram testadas com baixos níveis de quilotons, disse, por sua vez, David Wright, co-diretor do Programa de Segurança Global da não-governamental Union of Concerned Scientists. A seu ver, existem dois motivos prováveis por trás da iniciativa bélica norte-americana. — Existe um forte desejo dos laboratórios de armas nucleares, como o Lawrence Livermore National Laboratory e o Los Alamos National Laboratory, de projetar novos arsenais, de embarcar em uma nova missão, explicou. Além disso, afirma o físico Wright, o governo de George W. Bush acredita que as armas nucleares que possui são muito grandes para serem utilizadas no campo de batalha, o que tira a credibilidade de um ataque nuclear por parte dos Estados Unidos. Segundo este argumento, um armamento menos potente teria um efeito de dissuasão maior entre terroristas e países inimigos. — Existe no Congresso a crença de que necessitamos destas armas para destruir arsenais químicos e biológicos debaixo da terra. Entretanto, estudos demonstram a incapacidade das bombas pequenas de destruir estes agentes em instalações subterrâneas. Pelo contrário, ajudariam na sua dispersão, acrescentou.
Uma das preocupações dos especialistas é que as minibombas devem atingir um profundo grau de penetração na terra, suficiente para explodir, destruir seu objetivo e selar os escombros produzidos no ponto da explosão. Wright estima que uma arma com um quiloton de potência precisa aprofundar pelo menos 60 metros sob a terra para que sua explosão seja contida. Mas, com a tecnologia que se possui, no momento só teria capacidade para penetrar dez metros. A uma profundidade de 15 metros, uma explosão de um quiloton derrubaria casas localizadas a até um quilômetro de distância, matando a maioria de seus habitantes, afirma um estudo do Physicians for Social Responsibility. Os sobreviventes absorveriam entre centenas e milhares de rems de radiação, doses profundamente fatais. O rem é uma unidade de medida utilizada para quantificar os efeitos biológicos da radiação. Um contato mesmo limitado com a radiação pode afetar a habilidade do cérebro de regular a distribuição do sangue, diminuir a fertilidade e incrementar a incidência de câncer. Além disso, os danos no ADN podem dar lugar a mutações genéticas na descendência. Para os sobreviventes, a discriminação e a negação do direito aos cuidados médicos e ao trabalho podem forçá-los a manter sua experiência em segredo, como ocorreu com 280 mil japoneses que se salvaram na hecatombe de Hiroshima, em 1945. Por ser um assunto polêmico, as próximas eleições de novembro, nas quais Bush pretende ser reeleito, podem representar um parênteses no assunto. — À administração Bush interessa retomar os testes nucleares, mas não os realizará até que passem as eleições, previu Wright. (extraído do Terramérica).

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