A INVESTIGAÇÃO DA NATUREZA NO BRASIL - COLÔNIA
2004-01-21
RESUMO: Depois de uma visão panorâmica e geral dos primeiros relatos sobre a natureza do Brasil-Colônia produzidos no Século XVI, passou-se a um estudo mais sistemático das obras portuguesas do final do Século XVIII. A motivação que levou a se tratar desses dois períodos foi dada pela necessidade de demarcar-se a existência de dois modos distintos de produção de saber incomensuráveis um ao outro, contrariando portanto a historiografia clássica da biologia no Brasil, que a tratar os primeiros como conhecimentos pré-científicos. Trata-se de abordar o mundo renascentista em sua especificidade própria cuja modificação, em Portugal, ocorreu praticamente apenas nas três ultimas décadas do século XVIII, com a introdução da ciência moderna através da reforma Estatutária da universidade de Coimbra. Sob a coordenação de Domingos Vandelli, foram então treinados os primeiros naturalistas profissionais, muitos deles brasileiros, para a exploração dos recursos naturais das colônias, como fontes alternativas ao desenvolvimento político-econômico da Coroa Portuguesa. Foi escolhida, para um estudo mais detalhado, a obra do pernambucano Manuel Arruda da Câmara, por seu conteúdo científico estar em conformidade com o grande desenvolvimento alcançado pela História Natural européia contemporânea, pôr conter alguns dentre os primeiros esforços para a conservação de espécies no Brasil e pôr exemplificar a conexão estreita, e respectivos conflitos, entre as propostas científicas, que almejavam a divulgação e o desenvolvimento das ciências, e as concepções políticas mercantilistas, que, regidas pelo interesse estritamente exploratório, levando ao insucesso esse grande projeto que poderia Ter dado nascimento à primeira geração de naturalistas habilitados a dar prosseguimento à institucionalização das ciências no Brasil.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).
Autora: Maria Elice Brzezinski Prestes.
Contato: Mestrado de Ciência Ambiental (11) 3091-3116/3121.