VIDA MARINHA DEPENDE DE APENAS UM PADRÃO DE CIRCULAÇÃO NO HEMISFÉRIO SUL
2004-01-06
Um estudo da Universidade de Princeton, concluiu que a vida marinha do planeta está dependente, surpreendentemente, de apenas um padrão de circulação oceânica no Hemisfério Sul, onde a água rica em nutrientes se eleva das profundidades e atravessa os mares. Os resultados da investigação sugerem que a vida marinha pode ser mais sensível às alterações climáticas do que o anteriormente pensado porque a maioria das previsões sobre o aquecimento global indicam que os principais padrões de circulação oceânica vão mudar. Enquanto a comunidade científica que estuda os oceanos identificou vários padrões de circulação oceânica, este estudo defende que três quartos de toda a atividade biológica nos oceanos depende de apenas um. — Quando fechamos este corredor nos nossos modelos, a produtividade biológica nos oceanos cai para um quarto do que é agora, explicou Jorge Sarmiento, oceanógrafo de Princeton que coordenou o estudo. Esta descoberta ajuda os peritos a responder à antiga questão sobre o que mantém os oceanos do planeta férteis. A maioria da atividade biológica nos oceanos está concentrada perto da superfície, onde uma abundância de microorganismos faz a fotossíntese e abastece a cadeia alimentar marinha. Estes organismos e os seus derivados afundam-se, lentamente, decompondo-se ao longo da descida e levando com eles os nutrientes para o fundo do mar. Até agora, não está claro como a superfície se volta a encher de nutrientes que parecem ter sido perdidos nos fundos oceânicos. (Environmental News, Nature, 05/01)