EXPLORAÇÃO AMEAÇA CASTANHA-DO-PARÁ, ADVERTE ESTUDO
2003-12-30
A tradicional atividade de coleta de castanha-do-pará na Amazônia – vista como uma das melhores opções econômicas para preservação da floresta – não é tão sustentável quanto parece. A superexploração do recurso em várias regiões está dificultando a reprodução das castanheiras, segundo estudo publicado nesta sexta-feira na revista Science. A coleta dos frutos é tão intensa que, em alguns casos, não sobram sementes suficientes para germinar e dar origem a novas árvores. — Nessas áreas superexploradas há um número decrescente de árvores cada vez mais velhas e que não estão sendo repostas por jovens, o que pode levar a um colapso demográfico dessas populações, explica o ecólogo paraense Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, que coordenou o estudo. Isso não quer dizer que a castanha-do-pará vá desaparecer da Amazônia amanhã, mas que é preciso repensar a maneira como ela está sendo explorada, de forma a garantir sua sustentabilidade. (OESP, 29/12)