EXPLORAÇÃO INTENSA AMEAÇA COLHEITA DE CASTANHA-DO-PARÁ NA AMAZÔNIA
2003-12-22
A superexploração da castanha-do-pará pode impedir que novas castanheiras cresçam na Amazônia, ameaçando o sustento da produção, segundo um trabalho liderado pelo brasileiro Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e publicado na revista Science.
Uma vez que a exploração da castanha-do-pará só acontece depois que ela se solta da árvore, sua comercialização sempre foi usada como exemplo de exploração sustentável da Amazônia. No entanto, ao estudar os castanhais (grupos de castanheiras, árvores produtoras de castanhas), Peres descobriu que existem cada vez menos árvores jovens dentro das populações. Isso porque suas sementes não viram árvores, mas são comercializadas. —A chance de uma semente da castanheira vingar já é pequena normalmente. Com a exploração fica menor ainda, afirma Peres. Quanto mais explorado era um castanhal, menor era o número de exemplares jovens no grupo.
Apesar do alerta, em seu trabalho na Science, Peres lembra que os castanhais da Amazônia precisam enfrentar perigos mais imediatos, como a degradação da floresta e o desmatamento.