BRASIL PODE TER FÁBRICA PARA TRATAR HEMODERIVADOS
2003-12-17
A criação da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (HEMOBRAS) foi aprovada por unanimidade no último dia 10 pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. A proposta (PL 2399/03), que tramita em regime de urgência, recebeu parecer pela aprovação da relatora, deputada Laura Carneiro (PFL-RJ). — O País tem um significativo excedente de plasma (o que sobra do uso clínico), que até há bem pouco tempo vinha sendo estocado nos diversos hemocentros e, por falta de uma destinação industrial, era desprezado ao perder a validade, o que caracterizava uma evidente violação ética aos doadores de sangue e um enorme desperdício de recursos, denuncia. Hemoderivados são produzidos a partir do plasma humano. Entre eles, estão os fatores de coagulação utilizados em tratamento de hemofílicos. O plasma é doado voluntária e gratuitamente pela população, mas seu armazenamento, transporte e fracionamento são de custo elevado. O Brasil não tem indústria capaz de fracionar o plasma. De acordo com estudo contratado pelo Ministério da Saúde em 1999, o País gastou mais de 120 milhões de dólares (aproximadamente R$ 360 milhões) na importação de hemoderivados para atender à demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). Além da questão econômica, a falta de um centro para tratar o plasma acarreta desperdício dos recursos doados. O projeto foi encaminhado para a Coordenação de Comissões Permanentes.