O aqüífero Guarani, um dos maiores do mundo, assim como rio Uruguai, parte da bacia do rio da Prata, ganharam ontem um fórum permanente de defesa. A iniciativa é da Assembléia Legislativa catarinense, que reuniu especialistas para discutir a importância do manancial, com área de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo partes do Sul do Brasil e da Argentina, Uruguai e Paraguai. A solenidade de criação do organismo aconteceu no plenário da Assembléia legislativa, com a presença de cientistas, ambientalistas, deputados e representantes de órgãos governamentais. Segundo o professor Daniel José da Silva, do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o aqüífero tem uma longa história, iniciada há cerca de 200 milhões de anos. — Nesse tempo, a região onde hoje se encontra o manancial era um imenso deserto. Através de fendas existentes na crosta terrestre, ocorreu um grande derrame de magma (balsalto), cobrindo quase toda essa área, explica Silva. — O enorme peso petrificou a área do antigo deserto (arenito), formando por partículas perfeitamente esféricas, o que deixa um espaço de 17% no seu interior, onde a água penetra e forma o aqüífero, assinala. A formação inicia no Morro da Igreja, a 1.800 metros de altitude, no município de Urubici, rumando na direção Oeste e diminuindo de altura. Entre os principais objetivos do Fórum instalado ontem está o de promover o manejo dos recursos naturais renováveis (solo, água e florestas), a educação ambiental, seminários e audiências públicas, uma rede de comunicação e o estímulo a organização de um sistema de integração sócio-econômico para o desenvolvimento da coletividade de forma sustentável, entre outros.