LIXÃO AMEAÇA A SERRA DA TIRIRICA (RJ)
2003-12-10
O Estado do Rio de Janeiro possuía, no início do século, cerca de 90% do seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje ela se resume em fragmentos isolados de diversos tamanhos que, somados, perfazem 8,8% de sua cobertura original. Em uma década, no Brasil, pelo menos 1 milhão de hectares de floresta atlântica foram cortados. Estima-se que há uma perda real de um campo de futebol de área florestada a cada quatro minutos. A Serra da Tiririca, localizada entre os municípios de Niterói e Maricá, constitui um dos mais significativos fragmentos da floresta atlântica. Sua crista é o limite geográfico entre os dois municípios. Atualmente a área do Parque Estadual da Serra da Tiririca compreende 24 (vinte e quatro) quilômetros quadrados, tendo sua extensão em 12,5 quilômetros e meio. Mesmo criado no âmago das aspirações da sociedade civil dos municípios de Niterói, Maricá e São Gonçalo, o Parque Estadual da Serra da Tiririca está ameçado pela projeto-de-lei nº 526/2003, de autoria do deputado estadual Paulo Ramos (em atenção ao prefeito de Niterói, Godofredo Pinto), que prevê a mutilação do atual perímetro do parque para estabelecimento de um aterro sanitário na área ocupada pela Empresa de Mineração Inoã (pedreira embargada por decisão da Justiça Federal por não haver licença ambiental), em Várzea das Moças, Niterói. (Jornal do Meio Ambiente, 09/12)