HÁ 30 ANOS FECHAVA A BORREGAARD E NASCIA O AMBIENTALISMO GAÚCHO
borregaard
2003-12-08
Às 17h de sábado (06) completaram-se três décadas do nascimento simbólico do movimento ambientalista gaúcho e da morte de um arcaico modelo industrial. Em 6 de dezembro de 1973, o governo do Estado fechou as portas da Borregaard, fábrica norueguesa de celulose instalada na cidade de Guaíba. A indústria lançava toneladas de poluentes na água e empestava o céu – e os narizes – da Grande Porto Alegre com compostos de enxofre e seu característico cheiro de ovo podre. Foi o epílogo de uma batalha histórica para os ecologistas – em sua primeira grande luta – e o começo de uma mudança nos padrões de gestão empresarial, no qual o cuidado com o ambiente virou regra no Estado. A Borregaard se instalara em 1972 em Guaíba. Gerava quase 400 empregos e um efeito colateral: o mau cheiro e resíduos de madeira processada lançados nas águas do Guaíba, chamados lixívia preta. A embrionária Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) colheu mais de 700 assinaturas e organizou uma passeata no bairro Ipanema, numa época em que passeatas eram proibidas pela ditadura militar. — Conseguimos fechar a fábrica. Foi um marco – comemora uma das decanas do ambientalismo gaúcho, Magda Renner, hoje com 77 anos. (ZH, 06/12)