NEGÓCIOS COM A EUROPA PODEM SER O PRINCIPAL FATOR
2003-12-03
Por Mariano Senna da Costa, de Berlim
Na abertura da Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas realizadas no final de setembro em Moscou o presidente da Rússia Vladimir Putin declarou: — A decisão sobre o Protocolo de Kyoto será tomada no fim destes trabalhos e levando-se em consideração os interesses nacionais da Rússia. Mas que interesses seriam esses? Do ponto de vista econômico são duas grandes perspectivas a considerar. Atualmente o país tem uma série de projetos sendo negociados com os países ricos da Europa. Dois desses projetos já em fase de implantação são sobre dois novos pipelines que trarão gás natural e petróleo de lugares como o Cazaquistão e a Sibéria para países como a Alemanha. Ao todo só o empreendimento desses dutos envolvem investimentos de 10 bilhões de euros. Por outro lado a indústria russa, bem como o seu setor de geração de energia, precisa de pesados investimentos para se adaptar aos novos padrões internacionais de poluição ambiental. Preliminarmente estimam-se 18 bilhões de euros para fazer essa adaptação. O presidente Putin espera que esses investimentos sejam financiados por instituições européias, mas aguarda uma definição mais clara para saber como seu país poderá usufruir dessa ajuda. Autoridades russas dizem que o país necessita ter garantias de que haverá investimento estrangeiro em tecnologia industrial antes de endossar totalmente o protocolo de Kyoto. Sem isso, disseram essas autoridades, a União Européia e outros países vão esperar em vão.