—Todo mundo se orienta por economistas, principalmente os políticos, o que prevalece na visão do governo é a economia e não a ecologia, afirma Clóvis Cavalcanti, palestrante do último dia do V Congresso de Agroecologia encerrado sexta-feira em Porto Alegre. E esse fenômeno, diz ele, se reflete de forma dolorosa nos dias de hoje, como por exemplo, a dependência de economia com relação aos recursos naturais. — Celso Furtado já alertava sobre isso a mais de 30 anos, quando lançou o livro O Mito do Desenvolvimento, lembra ele. Para Clóvis, o que mais falta em Porto Alegre, e no Rio Grande do Sul em geral é a falta de alfabetização ecológica. Os economistas persistem neste erro de não discutir um limite de desenvolvimento. O maior exemplo de sustentabilidade, para ele, são as sociedades indígenas, que têm seus desenvolvimentos sem destruir o meio ambiente, e o pior exemplo são os Estados Unidos, que só se preocupam com o crescimento financeiro, tecnológico, arquitetônico e não percebem que estão destruindo o que há de mais importante, pois tudo depende do meio ambiente.