A Câmara dos Deputados deve votar nos próximos dias o Projeto de Lei 3.285/92, a chamada Lei da Mata Atlântica, que amplia drasticamente as áreas de preservação, reduzindo cultivos e coberturas reflorestadas. Segundo a Frente Parlamentar de Silvicultura, composta por cerca de 80 deputados e senadores de vários partidos, o projeto é unilateral porque altera muito a demarcação, passa a incluir como Mata Atlântica áreas antes excluídas e prejudica a atividade econômica. A Frente não é contra o projeto, mas acredita que o texto precisa ser alterado para que possa aliar proteção ambiental ao desenvolvimento econômico. O coordenador da Frente, deputado Gervásio Silva (PFL-SC), acusa o Governo Federal de ter descumprido um acordo, selado pelo presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo (PT-SP), e que previa a formação de um grupo de trabalho, para harmonizar ecologia e progresso econômico. O setor de florestas plantadas emprega mais de 2,5 milhões de trabalhadores e o emprego de muitos deles poderá ser prejudicado pela nova lei. Afinal, as empresas dos setores moveleiro, de papel e celulose, madeireiro e de florestas plantadas são responsáveis por cerca de 2,6% do PIB brasileiro e exportaram US$ 370 milhões no ano passado. (Jornal do Meio Ambiente, 21/11)