O professor universitário e ambientalista Francisco Ferreira defendeu ontem (19), numa conferência em Lisboa sobre poluição atmosférica, que o imposto automóvel deve penalizar os carros a gasolina que não têm filtros para as partículas inaláveis, um poluente prejudicial à saúde pública, e beneficiar os que têm. As partículas inaláveis agravam problemas respiratórios e são um dos poluentes mais preocupantes em Lisboa e no Porto. Apenas os carros a gasolina emitem essas partículas, mas há já filtros que são muito eficazes na sua retenção, explicou Francisco Ferreira, à margem da conferência. Para o professor universitário e membro da direção nacional da Quercus, se o imposto automóvel beneficiasse os carros com filtros seria uma forma de pressionar as marcas de automóveis a instalarem-nos numa mais vasta gama de veículos. Um filtro para reter as partículas inaláveis não custa mais de dois mil euros, daí que este investimento não represente um peso excessivo para o setor, sustenta. (Ecosfera, 19/11)