CONTINUIDADE DA ROTA DO SOL FOI CONSENSO NA AUDIÊNCIA AMBIENTAL
2003-11-05
— Uma demonstração de maturidade da sociedade gaúcha. A afirmação é do presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente, Claudio Dilda, e foi feita ontem (04), no Plenarinho da Assembléia Legislativa, ao encerrar a Audiência Ambiental sobre a Rota do Sol. As discussões envolvendo a implantação dos 54 quilômetros de estrada entre a localidade de Tainhas, em São Francisco de Paula, e o município de Terra de Areia, no Litoral Norte, resultaram em um consenso: a importância do prosseguimento e finalização da obra. Este entendimento foi manifestado, por exemplo, pelos representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – o secretário substituto Luiz Paulo Cunha, do Ibama - a gerente regional Cecilia Hypolito, do Daer, por lideranças do empresariado como Nelson Sbabo, dirtor de Infra-estrutura da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, e de entidades ambientalistas, como Kathia Monteiro, do Núcleo Amigos da Terra, e Alexandre Krob, do Comitê de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
PRESERVAÇÃO DA FAUNA – A terceira audiência ambiental sobre esta rodovia que começou a ser reivindicada há mais de três décadas evidenciou, no entanto, preocupações bem definidas em relação à preservação do ambiente e, mais especificamente, da integração entre áreas de proteção ambiental na região. Foi bastante discutida a questão da passagem da fauna entre os dois segmentos da Reserva Biológica da Mata Paludosa, de 113 hectares, cortada em dois polígonos pela Rota do Sol.
AÇÃO INSTITUCIONAL – Margô Guadalupe Antonio, chefe da Divisão de Unidades de Conservação (DUC), do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), informou que o órgão ambiental está estudando os novos projetos encaminhados pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem e que foram apresentadas por Frederico Hartmann, da Har Engenharia e Meio Ambiente, empresa contratada pelo Daer para a consultoria ambiental. As análises técnicas do Defap serão encaminhadas ao Ibama, que assumiu o licenciamento da obra a partir de 1995. A rodovia já está com 30 quilômetros asfaltados e possibilita o surgimento da Área de Proteção Ambiental Rota do Sol, com 52,3 mil hectares, que protege as nascentes dos rios Tainhas e Três Forquilhas, e da Estação Escológica Estadual Aratinga, com 5,8 mil hectares, que protege as nascentes do arroio Carvalho.